domingo, 5 de outubro de 2008

DE DIA


DE DIA


É dia...
Os trabalhadores passam apressados
E nem vêem o menino dormindo
O menino, que à noite cheirou cola
Para agüentar a fome e o medo...


Não vêem a prostituta que dorme
Para esquecer o tédio da vida.

Não vêem o mendigo que morreu
De frio durante a noite.

Não vêem a polícia
Que não os protegerá da miséria
Que poderá transformá-los, à noite
Em mendigos ou clientes da prostituta
Que terá um filho
Que vai cheirar cola de fome
Que vai virar mendigo
Que vai morrer de frio
Depois de gerar outro menino
Que vai cheirar cola...
.............ETC.........

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Ge
maravilhoso esse texto, realmente é isso que vemos todos os dias nas ruas.

DAVI