sexta-feira, 26 de setembro de 2008
PALAVRAS DE POETAS
Para José Paulo Paes
O poeta brinca
Com as palavras
E as palavras brincam
Com o poeta.
Ele pega uma lá
Outra cá...e...
Olha só! Sai uma poesia
Diferente da que queria
Mas tão bonita!
Mas o poeta quer mais
As palavras são infinitas:
Como fazer para dizer o que penso?
Com essa falei um pouco
Mas quero muito mais!
Os poemas dizem tanto
E nunca são iguais
Esse fala de amor
Aquele de ideais
Outro fala de dor...
E a vida vai escorrendo
Num fio interminável
Na infinitude
Das palavras dos poetas
Foto: geocities
AOS REVOLUCIONÁRIOS
O mundo, a vida
Contradiz os dizeres
Daqueles que querem
Mudá-lo...
Na vida corrida
Não vemos...
O azul do céu
O brilho do sol...
...A vida...
Anestesiamo-nos...
Não vemos a beleza
Empurramos a vida
No limite do cotidiano
E deixamos a rotina
Dominar os nossos sonhos.
(1992)
terça-feira, 23 de setembro de 2008
auto-retrato
AUTO-RETRATO
Eu vim de longe
Do fundo do mundo
Das entranhas de minha mãe
Mas era tão perto
Não sei ao certo
O que me tornei.
Fiquei tão eu!
Tão Ninguém!
Tão Mundo!
Que às vezes nem me reconheço
-Prendendo cabelos no espelho-
E volto ao mundo tão lá no fundo.
Mas agora só meu
Não mais de minha mãe...
EN EL BORDE DE LAS TAZAS
Laura Yasan
una mujer
se mueve en el denso fluir de sus instintos
sabe quebrar
la cáscara de una intención
una mujer
abarca por fragmentos la totalidad
y nunca es la misma
un hombre
sube al misterio en una extrema progresión
descubre el sentimiento
acorralado en un límite
el resto
lo filtra en el pensar
una mujer
es a la vez su historia
y lo que aún no ha conocido
sabe ordenar lo que no ve
un hombre
arriba al corazón del mundo
en cada vértice de su conocimiento
se instala en lo que ve
y se proyecta
una mujer es todas las mujeres
pero es única
un hombre es todos los hombres
pero es único
un hombre y una mujer
nunca se conocen
saben suponer
saben crear sobre el malentendido
son cada uno
mitad secreto
mitad vacío
un hombre y una mujer
a lo largo de cientos de actos cotidianos
cruzan información
dejan la vida escrita
en el borde de las tazas
cada día se escribe
cada día se lava
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
ENCASULANDO
Dentro do casulo
O bicho-da-seda
Constrói sua trama
Que se transforma
Em pura seda.
Findo o trabalho
Sai do casulo
Feito borboleta.
No calor do mundo interno
Os fios da seda
Vão se entrelaçando
Formando um único tecido:
As dores e alegrias
Angústias e prazeres
Momentos fugazes...
Formam a trama
Que se enroscando
Vai
Construindo a borboleta-mulher:
Butterfly!
(1994)
Assinar:
Postagens (Atom)