tag:blogger.com,1999:blog-46391916155690011092024-03-13T17:59:41.426-03:00VIDA BREVE, ARTE LONGAPOEMAS E TEXTOS ESCRITOS E/OU SELECIONADOS POR MIMUnknownnoreply@blogger.comBlogger68125tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-1186267949376382882013-01-22T19:50:00.000-02:002013-01-22T19:59:57.928-02:00LA DONNA É MOBILE<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://cintia1971.files.wordpress.com/2008/11/borboleta.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://cintia1971.files.wordpress.com/2008/11/borboleta.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"> LA DONNA È MOBILE<br /><br /> No processo de resgate da memória para a criação da peça "DIÁRIOS", descobri que sou um ser mutante. Sempre achei que precisasse deitar raízes e me fixar em algo para ser feliz e fiquei procurando isso durante toda minha vida. Porém, próximo de completar meus 53 anos, acredito que devo assumir minhas marcas, entender que não nasci para ser fixa, sólida, imutável.<br /> Algumas vezes tive inveja das pessoas que permanecem em um emprego a vida toda, em um relacionamento ou em uma mesma casa. Eu acreditava que isso seria a felicidade, mas toda vez que imaginava isso pra mim, só me vinha uma sensação de tédio e monotonia. A vida pra mim é feita de mudanças. Quando estou infeliz e insatisfeita com alguma coisa, seja o trabalho, amor ou a casa, eu mudo e isso me dá novo ânimo. Algumas vezes isso me incomodou, eu pensava, estou sempre recomeçando algo e parece que não me firmo em nada. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">De repente, não vejo mais assim. Agora percebo que eu sou assim. Em vez de sólida, sou líquida, em vez de chumbo, sou pena.<br /> Deve ser por isso que gosto tanto da música da ópera "Rigoletto", de Verdi, La Dona È mobile:<br /> La donna è mobile<br /> Qual piuma al vento<br /> 'Muta d'accento<br /> E di pensiero<br /><br /> A mulher é móvel como uma pluma ao vento, muda de sotaque e de pensamento. Como é lindo isso!<br /> Acho que todas as pessoas são móveis, mutantes e gostam de transformações. Porém, havia uma cultura que acreditava na solidez e em situações duráveis. Nessa época, o mundo mudava muito devagar. Mas Marx, no século XIX, já dizia "Tudo o que era sólido se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e as pessoas são finalmente forçadas a encarar com serenidade sua posição social e suas relações recíprocas." (Manifesto Comunista, 1848). Hoje, Bauman fala da liquidez da vida em contraste com a solidificação, ainda estou lendo o autor e não sei se ele coloca juízo de valor para falar disso ou apenas constata. Mas se solidificação significa sedimentação, dureza, rigidez, a liquidez me atrai muito mais, pois que significa fluidez, correnteza, matéria que se amolda ao recipiente.<br /> Sim, minha vida tem sido mais líquida que sólida, o que não significa que deixei de lado os vínculos. Meu vínculo com minha família é alimentado constantemente, com alguns amigos e amigas também, com a essência de meu trabalho, idem. Portanto, posso dizer que mudo o tempo todo, mas não na minha essência.<br /> Deve ser por isso que gosto tanto das borboletas que as elegi como meu símbolo: elas são voláteis, alegres e mutantes. Por isso também que gosto da música "Metamorfose ambulante" do Raul Seixas: "prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velhaopinião formada sobre tudo...".<br /> Sou assim: a mudança me alimenta, me faz recriar, me tira do comodismo. E nada é mesmo durável, nem eu...</span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-25727775325976146952011-06-23T18:59:00.000-03:002012-04-29T22:25:25.621-03:00FOME ESTÉTICA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<div class="audience">
Todos os usuários deste site</div>
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FOME ESTÉTICA<br />
"A gente não quer só comida<br />
A gente quer comida<br />
Diversão e arte" (TITÃS)<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDHB_9C-RAf9ZPhidviwiul8EO13bdDkxxfzVo4xtV6ExsVoyq1AC1CfE7jZuAvRKpkbzgRk5Xidhadyjt15BdYiXtTU0ik7_QNpcXsuEr3lXkaZBUmMBsgwhTBY89Du6bh_JC8pLaK1zH/s1600/pipas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDHB_9C-RAf9ZPhidviwiul8EO13bdDkxxfzVo4xtV6ExsVoyq1AC1CfE7jZuAvRKpkbzgRk5Xidhadyjt15BdYiXtTU0ik7_QNpcXsuEr3lXkaZBUmMBsgwhTBY89Du6bh_JC8pLaK1zH/s320/pipas.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
Fome
é algo triste. Primeiro sentimos a necessidade da alimentação. Em
seguida, vem a sensação de fraqueza, depois a fome passa e fica só a
sensação de vazio no estômago. Se ficamos muito tempo sem comer, as
dores vão aumentando e a gente vai ficando mirradinho até desfalecer.<br />
A
falta de alimentação é um mal enorme que no Brasil tem melhorado
bastante, mas ainda não é o ideal. Não ter o que comer ou ter muito
pouco é algo muito triste. Eu tinha mais ou menos 11 anos quando vi uma
situação de falta de comida: havia uma família enorme que morava perto
de nós e como havia muita crianças, brincávamos todos juntos. Um dia
entrei na casa no horário do almoço e me deparei com seguinte cena: a
mãe (ou avó, não lembro), com uma panela na mão, servia a cada menino,
adolescente e adulto uma colher de macarrão na mão e reiterava que
acabado aquele não tinha mais nada. Eu não entendi muito bem a situação
naquele momento, mas ficou claro que faltava comida para aquelas
pessoas. Lembro-me do impacto que senti com a cena. Na minha casa também
havia muita gente, mas não faltava comida, era bem distribuida pelo meu
pai, mas não faltava, a gente sempre tinha pelo menos um prato cheio, o
que fazia de nós pessoas magras e bem nutridas.<br />
Parece que com a
arte fazem a mesma coisa conosco, dando-nos um pouquinho porque não há
para todos. Assim, não somos nutridos também esteticamente. Quantas
crianças podem ter contato com a arte desde bem pequenos? Quantas
escolas oferecem alimentos artísticos para nossos jovens?<br />
O resultado
disso é a pichação, violência. Já há vários estudos que mostram que a
arte liberta, que projetos artísticos em locais com baixa qualidade de
vida tem o poder de mudar a situação de muitos jovens. No entanto, esses
projetos são sempre isolados, por iniciativa de ONGs ou pessoas
isoladas. Arte, em quaisquer de suas manifestações, plástica,
literatura, dança, teatro, etc. alimenta a alma. Nutre. Oferece novos
olhares para o mundo. Sensibiliza. E consegue chegar até o mais profundo
do ser: o coração.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-29682344301776844372010-09-09T17:31:00.001-03:002013-01-22T21:03:03.007-02:00NÃO À PALMADA!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMa5itryJrR4jBH0eu59Vdkvzvy6pGEqZdIVzAbn69UtVhhal2eX1n2q-FsPGsA-xgWt7YockSRC99skYzhXnaw4Pvib3sj8-8hz4SSYEU-uQ3WEeLPQe4ZHY_Vq6BtagDEWegaDn1uFks/s1600/livretopalmadajaera.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="484" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMa5itryJrR4jBH0eu59Vdkvzvy6pGEqZdIVzAbn69UtVhhal2eX1n2q-FsPGsA-xgWt7YockSRC99skYzhXnaw4Pvib3sj8-8hz4SSYEU-uQ3WEeLPQe4ZHY_Vq6BtagDEWegaDn1uFks/s640/livretopalmadajaera.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Capa do livro "Palmada já era", à venda na Livraria Cortez</td></tr>
</tbody></table>
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PORQUE SOU CONTRA A PALMADA<br />
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Dizia uma pseudomúsica funk:"um tapinha não dói, um tapinha não dói". A vozinha de taquara rachada ficava repetindo isso muitas e muitas vezes.Isso mostra como está arraigada em nossa cultura a violência. As pessoas queixam-se dela, mas estão implantando-a dentro de suas próprias casas.<br />
<br />
Imagine a seguinte cena: uma criança de um ano e oito mess que está aprendendo a usar o banheiro de repente faz xixi nas calças e a mãe bate. Ela não tem controle dos esfíncteres, não sabe nem por que está apanhando e a sensação de medo vai ser associada ao fato de ter deixado o xixi escapar, provocando até, talvez, uma espécie de travamento nesse ato.<br />
<br />
Quando menina, eu apanhei muito do meu pai. Minha mãe dava uns tapinhas quando estava nervosa, mas não batia muito. Meu pai batia sistematicamente, de forma racional. Na época, ele chegou a mandar benzer uma varinha pra bater na gente e o pior é que o padre benzia!<br />
<br />
Eu vivia com medo, tinha tanto medo do meu pai que isso me impedia de amá-lo. As surras vinham sempre, por mais que eu fizesse de tudo para ser boa menina, não havia nada que contentasse meu pai. O resultado disso é que cresci uma pessoa medrosa e revoltada. Isso atrapalhou muito a minha vida.<br />
<br />
Hoje defendo que é possível educar sem palmadas, principalmente sem surras e espancamentos, o que só leva a criança a ter uma autoestima baixa e viver com medo. <br />
<br />
Sou a favor da lei contra a palmada: quem bate em criança merece a prisão mesmo!<br />
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-87807277012860336472010-09-04T13:52:00.000-03:002010-09-04T13:52:06.103-03:00QUERO SOMENTE O ESSENCIAL<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQoQv-rUEURiJBhL0tqqed3syfu-E2RKFdBwwiob6bAaVRnI7-Z8RIo6wJDT0zfYXMxslkEnFCkTUXE5Hz2vIZTYsC6Q3bbIpk0Q1K0_l5YSHzFT35U5wwIttvINVsZ2WRNVd1psD9a7e9/s1600/1049823zdbtlzl0a3.gif" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQoQv-rUEURiJBhL0tqqed3syfu-E2RKFdBwwiob6bAaVRnI7-Z8RIo6wJDT0zfYXMxslkEnFCkTUXE5Hz2vIZTYsC6Q3bbIpk0Q1K0_l5YSHzFT35U5wwIttvINVsZ2WRNVd1psD9a7e9/s320/1049823zdbtlzl0a3.gif" /></a></div>
<br />
Este texto do Mário de Andrade diz tudo sobre o momento em que estou: <br />
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro.<br />
<br />
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.<br />
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.<br />
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.<br />
<br />
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral. As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...<br />
<br />
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade... Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. O essencial faz a vida valer a pena.<br />
<br />
E para mim, basta o essencial! <br />
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Mário de Andrade<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-61624329297546991222010-07-17T19:30:00.004-03:002010-08-22T17:18:17.862-03:00O ESTRAGO DA CIRURGIA PLÁSTICA<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-tv6waFcfA4XpzGgBy33HHe5CAZ3DKkuadlC9p_qE0gTW_MMUQLQmoemGYVYSbzrFfvTDDF5_k09RPLRXFi72bqpz-fL5kel1dlZ2SiIApt-9Ugd8ZfvSDTvw2UNLyeUvJiPU8hzH5vF_/s1600/mikey.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-tv6waFcfA4XpzGgBy33HHe5CAZ3DKkuadlC9p_qE0gTW_MMUQLQmoemGYVYSbzrFfvTDDF5_k09RPLRXFi72bqpz-fL5kel1dlZ2SiIApt-9Ugd8ZfvSDTvw2UNLyeUvJiPU8hzH5vF_/s320/mikey.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mikey Rourke antes e depois da plástica: ficou irreconhecível</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: right;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSvXlunvMyQsvm0D0eWmlWwj2EDfLQ1uhUUGuF9OT8V0LxnzEjpMe6r9kN__QSrtzBZ1GEIBwKWSdm0GogGi8MJi9cAChUK1t_wZGzlTrBxV-VDbicfz6qDakYZzXz9-y99HE3-upbiQv3/s1600/angela+maria.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSvXlunvMyQsvm0D0eWmlWwj2EDfLQ1uhUUGuF9OT8V0LxnzEjpMe6r9kN__QSrtzBZ1GEIBwKWSdm0GogGi8MJi9cAChUK1t_wZGzlTrBxV-VDbicfz6qDakYZzXz9-y99HE3-upbiQv3/s320/angela+maria.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Jackie, mãe do Stallone: pagou pra ficar horrorosa</td></tr>
</tbody></table>
No livro "O retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde, o personagem mesmo nome faz um pacto com um desconhecido que pode ser o diabo: manda pintar uma quadro com seu retrato. Enquanto ele continua jovem, o retrato do quadro vai aos poucos envelhecendo. Esse clássico da literatura do século XIX chama a atenção por tratar de um problema que mexe com todos os seres humanos: o medo de envelhecer, já que ficar velho significa perder a beleza e ser excluído do mundo. Isso ocorre na nossa sociedade ocidental e capitalista, na qual as pessoas tornam-se mercadoria, perdendo o seu valor quando envelhecem, tornando-se obsoletas, mas não é o que ocorre em outras sociedades em que os anciãos são reverenciados por sua sabedoria e tornam-se os conselhereiros dos mais mais jovens.<br />
Dessa forma, não é de se estranhar que as pessoas procurem a juventude eterna por meio das cirurgia plástica. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica o Brasil é campeão mundial também em cirurgia plástica, com milhões de pessoas se submetendo a cirurgias com fins puramente estéticos. Desse total, 80% são mulheres.<br />
O medo de envelhecer e não ser maias aceita, amada ou respeitada faz muitas mulheres buscarem a cirurgia plástica. Mas as garotas jovens também buscam mudar o que não gostam no seu corpo e/ou rosto, às vezes com resultados catastróficos. A mídia impressa e principalmente a televisão incentiva largamente essa prática, mostrando o antes e o depois de mulheres que se submeteram à plásticas. O que não mostram é o sofrimento que passa uma pessoa que se submete a esse tipo de cirurgia.<br />
As pessoas precisam conscientizar-se que uma plástica não vai parar o processo de envelhevecimento, muito menos impedir que a morte chegue, além de levar a mutilações do rosto e corpo que com o tempo pode ser pior.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiohgb4Zt-4njYBD3tD0HugeBiH-rFR_RH3hyphenhyphenloWriZsEc1Mp1_OBNDXoWVnclr4EC68T3WdnN9cuYbCCtE2R-H5VBrM0tYVi6aOH4KprU-sH0bScOkmRsxH66gpZgccIrj71PI343XN9wE/s1600/michael.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiohgb4Zt-4njYBD3tD0HugeBiH-rFR_RH3hyphenhyphenloWriZsEc1Mp1_OBNDXoWVnclr4EC68T3WdnN9cuYbCCtE2R-H5VBrM0tYVi6aOH4KprU-sH0bScOkmRsxH66gpZgccIrj71PI343XN9wE/s320/michael.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Michael Jackson: esse dispensa comentários, se mutilou tanto que ninguém lembrava mais de seu rosto normal</td></tr>
</tbody></table>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-85450328707781592602010-07-02T19:18:00.004-03:002010-07-09T19:07:48.099-03:00INVERNO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://sentimentosemimagens.blogs.sapo.pt/arquivo/banco2.gif" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="217" rw="true" src="http://sentimentosemimagens.blogs.sapo.pt/arquivo/banco2.gif" width="320" /></a></div>
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<blockquote>
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Perséfone se recolhe <br />
ao reino subterrêneo<br />
Hades a espera.<br />
Foi-se a alegria<br />
e o calor<br />
A terra cobre-se<br />
de folhas secas<br />
orvalho<br />
e frio.<br />
É tempo de recolher-se<br />
no interior <br />
para germinar<br />
a semente primaveril<br />
que cobrirá de flores<br />
a terra<br />
clamando ao renascimento<br />
quando Perséfone <br />
voltará.<br />
<br />
<br />
<br />
</blockquote>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-89284279185789141692010-07-01T20:46:00.005-03:002010-07-02T18:54:05.979-03:00PANIS ET CIRCENSE<a href="http://nabiel.vilabol.uol.com.br/doce.jpg"><img alt="" border="0" src="http://nabiel.vilabol.uol.com.br/doce.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 288px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 235px;" /></a><br />
<div></div><br />
<div>HINO NACIONAL PATROCINADO</div><br />
<div></div><br />
<div>Um Posto da Ipiranga, às margens plácidas,<br />
De um Volvo heróico Brahma retumbante!!!<br />
Skol da liberdade em Rider fulgido,<br />
Brilhou no Shell da Pátria nesse instante!!!<br />
<br />
Se o Knorr dessa igualdade...<br />
Conseguimos conquistar com braço Ford.<br />
Em teu Seiko, ó liberdade,<br />
Desafio nosso peito à Microsoft!!!<br />
<br />
O Parmalat, Mastercard, Sharp, Sharp....<br />
<br />
Amil um sonho intenso, um rádio Philips,<br />
De amor e de Lufthansa terra desce!!!<br />
Intel formoso céu risonho Olympicus,<br />
A imagem do Bradesco resplandesce!!!<br />
Gillete pela própria natureza,<br />
És belo Escort impávido colosso,<br />
E o teu futuro espelha essa Grendene.<br />
<br />
Cerpa gelada!!!<br />
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Entre outras mil é Suvinil, Compaq amada.<br />
Do Philco deste Sollo és mae Doril,<br />
Coca-Cola, Bombril!!!</div><br />
<div></div><br />
<div>Não sei quem é o criativo autor do hino acima, mas acho que cabe bem nessa fase de copa do mundo. É interessante perceber que apenas nessa época todo mundo fica patriota. De norte a sul o país se cobre de verde e amarelo, combinação que ainda não sei se é bonita ou feia, as pessoas se vestem com a mesma cor, as bandeiras são hasteadas em todo canto. Imagino que isso tudo seja um resquício da época da ditadura. Lembro-me bem que em 1970 havia uma euforia só ao som de "eu te amo, meu Brasil" de Dom e Ravel (duas das vozes da ditadura) e todo mundo se vestia de verde e amarelo. Enquanto isso, nos porões, as pessoas estavam sendo torturadas e mortas...</div><br />
<div>Na época eu era menina, não sabia o que acontecia e também entrei na euforia. Porém, depois que descobri essa história, fiquei desconfiada de copa do mundo. Acho muito estranho as escolas fecharem, empresas dispensarem os empregados para assistir jogos...muito estranho...não haveria alguma coisa por trás?</div><br />
<div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-47850243363178050782010-05-11T18:57:00.002-03:002010-09-04T14:13:38.075-03:00MUDANÇAPessoal, esse texto largamente urilizado na internet e em blogues como de Clarice Lispector é do poeta Edson Marques. Já pedi minhas desculpas ao verdadeiro autor e continuo achando esse texto muito interessante.<br />
<br />
<br />
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.<br />
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.<br />
Tome outros ônibus.<br />
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.<br />
Veja o mundo de outras perspectivas.<br />
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros.<br />
Viva outros romances.<br />
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.<br />
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.<br />
Corrija a postura.<br />
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.<br />
Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.<br />
A nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.<br />
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.<br />
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.<br />
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... Tome banho em novos horários.<br />
Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.<br />
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.<br />
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.<br />
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.<br />
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.<br />
Mude.<br />
Lembre-se de que a Vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.<br />
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.<br />
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez.<br />
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.<br />
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda !<br />
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não<br />
vale a pena!<br />
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***Texto de Edson MarquesUnknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-34664766912851839282010-02-20T17:04:00.000-02:002010-02-20T17:12:03.313-02:00Uma oraçãoJorge Luis Borges<br /><br /><br />Minha boca pronunciou e pronunciará, milhares de vezes e nos dois idiomas que me são íntimos, o pai-nosso, mas só em parte o entendo. Hoje de manhã, dia primeiro de julho de 1969, quero tentar uma oração que seja pessoal, não herdada. Sei que se trata de uma tarefa que exige uma sinceridade mais que humana. É evidente, em primeiro lugar, que me está vedado pedir. Pedir que não anoiteçam meus olhos seria loucura; sei de milhares de pessoas que vêem e que não são particularmente felizes, justas ou sábias. O processo do tempo é uma trama de efeitos e causas, de sorte que pedir qualquer mercê, por ínfima que seja, é pedir que se rompa um elo dessa trama de ferro, é pedir que já se tenha rompido. Ninguém merece tal milagre. Não posso suplicar que meus erros me sejam perdoados; o perdão é um ato alheio e só eu posso salvar-me. O perdão purifica o ofendido, não o ofensor, a quem quase não afeta. A liberdade de meu arbítrio é talvez ilusória, mas posso dar ou sonhar que dou. Posso dar a coragem, que não tenho; posso dar a esperança, que não está em mim; posso ensinar a vontade de aprender o que pouco sei ou entrevejo. Quero ser lembrado menos como poeta que como amigo; que alguém repita uma cadência de Dunbar ou de Frost ou do homem que viu à meia-noite a árvore que sangra, a Cruz, e pense que pela primeira vez a ouviu de meus lábios. O restante não me importa; espero que o esquecimento não demore. Desconhecemos os desígnios do universo, mas sabemos que raciocinar com lucidez e agir com justiça é ajudar esses desígnios, que não nos serão revelados.<br /><br />Quero morrer completamente; quero morrer com este companheiro, meu corpo.<br /><br /><br />Jorge Luis Borges nasceu em 1899 na cidade de Buenos Aires, capital da Argentina e faleceu em Genebra, no ano de 1986. É considerado o maior poeta argentino de todos os tempos e é, sem dúvida, um dos mais importantes escritores da literatura mundial.<br /><br />"Seu texto é sempre o de uma pessoa que, reconhecendo honestamente a fragilidade e as limitações do ser humano, nos coloca diante de reflexões nas quais, com freqüência, está presente o nosso próprio destino." (Miguel A. Paladino).<br /><br />Algumas obras do autor:<br /><br />- Fervor de Buenos Aires<br />- Lua de frente<br />- Inquisições (renegado pelo autor)<br />- O Aleph<br />- Ficções<br />- História Universal da infâmia<br />- O informe de Brodie<br />- O livro de areia<br />- O livro dos seres imaginários<br />- História da eternidade<br />- Nova antologia pessoal<br />- Prólogos<br />- Discussão<br />- Buda<br />- Sete noites<br />- Os conjurados<br />- Um ensaio autobiográfico (com Norman Thomas di Giovanni)<br />- Obras completas (4 volumes)<br />- Elogio da sombra<br /><br /><br />O poema acima foi extraído do livro "Elogio da Sombra", Editora Globo - Porto Alegre, 2001, pág. 75 (tradução: Carlos Nejar e Alfredo Jacques; revisão da tradução: Maria Carolina de Araújo e Jorge Schwartz).Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-12588928127202051932010-01-16T15:37:00.004-02:002010-01-16T15:55:45.988-02:00FELICIDADE REALISTA<blockquote><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLkMHrARmaxf3Ju0Ugr6WWaPoGvqhISIApid79vsu9B4RL9sgJQptBG4_sPZQOnjR7FuTISuno4jWmWacc9wlPXAhR8eLGl40UIOHC15ttLXBm170VKuiwHiCFLQPKG8RfkFMPRN9cN962/s1600-h/SONHAR.bmp"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 258px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLkMHrARmaxf3Ju0Ugr6WWaPoGvqhISIApid79vsu9B4RL9sgJQptBG4_sPZQOnjR7FuTISuno4jWmWacc9wlPXAhR8eLGl40UIOHC15ttLXBm170VKuiwHiCFLQPKG8RfkFMPRN9cN962/s320/SONHAR.bmp" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5427397198540017314" /></a></blockquote>
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<br />MÁRIO QUINTANA)
<br />A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
<br />Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.
<br />Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas.
<br />E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo.Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão.
<br />Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.
<br />Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade.
<br />Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um
<br />parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
<br />Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
<br />Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
<br />Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar.
<br />É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente.
<br />A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se.
<br />Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade. </blockquote>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-30070975827951779252010-01-16T15:23:00.003-02:002010-01-16T15:30:28.315-02:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo_LcjJbeZGhjBn6SLXGuiIec5G-PwLcZlAL2a4xcGRcINvkWECBJQDXCPqmShCfXJxtD3I5wWP9lK3tSOfxch3mUu5pDx2IccRvogVpjM6dlvrjL27-LSPBoDiK6ALARzuWEhwWSHA7F4/s400/bocas.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 323px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo_LcjJbeZGhjBn6SLXGuiIec5G-PwLcZlAL2a4xcGRcINvkWECBJQDXCPqmShCfXJxtD3I5wWP9lK3tSOfxch3mUu5pDx2IccRvogVpjM6dlvrjL27-LSPBoDiK6ALARzuWEhwWSHA7F4/s400/bocas.jpg" border="0" alt="" /></a><br /><br /><br /><br />ROMANCE DAS PALAVRAS AÉREAS<br /><br />Ai, palavras, ai, palavras,<br />que estranha potência, a vossa!<br />ai, palavras, ai, palavras,<br />sois de vento, ides no vento,<br />no vento que não retorna,<br />e, em tão rápida existência,<br />tudo se forma e transforma!<br />Sois de vento, ides no vento,<br />e quedais, com sorte nova!<br /><br />Ai, palavras, ai, palavras,<br />que estranha potência, a vossa!<br />todo o sentido da vida<br />principia à vossa porta;<br />o mel do amor cristaliza<br />seu perfume em vossa rosa;<br />sois o sonho e sois a audácia,<br />calúnia, fúria, derrota...<br />A liberdade das almas,<br />ai! com letras se elabora...<br />E dos venenos humanos<br />sois a mais fina retorta:<br />frágil, frágil como o vidro<br />e mais que o aço poderosa!<br />Reis, impérios, povos, tempos,<br />pelo vosso impulso rodam...<br />Detrás de grossas paredes,<br />de leve, quem vos desfolha?<br />Pareceis de tênue seda,<br />sem peso de ação nem de hora...<br />– e estais no bico das penas,<br />– e estais na tinta que as molha,<br />– e estais nas mãos dos juizes,<br />– e sois o ferro que arrocha,<br />– e sois barco para o exílio,<br />– e sois Moçambique e Angola!<br /><br />Ai, palavras, ai, palavras,<br />ídeis pela estrada afora,<br />erguendo asas muito incertas,<br />entre verdade e galhofa,<br />desejos do tempo inquieto,<br />promessas que o mundo sopra...<br />Ai, palavras, ai, palavras,<br />mirai-vos: que sois, agora?<br />– Acusações, sentinelas,<br />bacamarte, algema, escolta;<br />– o olho ardente da perfídia,<br />a velar, na noite morta;<br />– a umidade dos presídios,<br />– a solidão pavorosa;<br />– duro ferro de perguntas,<br />com sangue em cada resposta;<br />– e a sentença que caminha,<br />– e a esperança que não volta,<br />– e o coração que vacila,<br />– e o castigo que galopa...<br /><br />Ai, palavras, ai, palavras,<br />que estranha potência, a vossa!<br />Perdão podíeis ter sido!<br />– sois madeira que se corta,<br />– sois vinte degraus de escada,<br />– sois um pedaço de corda...<br />– sois povo pelas janelas,<br />cortejo, bandeiras, tropa...<br />Ai, palavras, ai, palavras,<br />que estranha potência, a vossa!<br />Éreis um sopro na aragem...<br />– sois um homem que se enforca!<br /><br />MEIRELLES, Cecília. Obra Poética. 2a Ed. Rio de Janeiro: José Aguilar Editora, 1967, p.560-561.Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-50747664048054528582009-12-30T10:44:00.005-02:002009-12-30T11:07:04.750-02:00A ARTE DE SER FELIZ<blockquote><a href="http://secretsme.zip.net/images/Ventania1.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 520px; height: 520px;" src="http://secretsme.zip.net/images/Ventania1.jpg" border="0" alt="" /></a></blockquote><br /><br /> <br />HOUVE um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa e sentia-me completamente feliz. <br /><br />HOUVE um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém a minha alma ficava completamente feliz.<br /><br />HOUVE um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, a às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz. <br /><br />HOUVE um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz. <br /><br />MAS, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.<br /><br /><br />Cecília MeirelesUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-37283257039656968602009-11-15T13:28:00.002-02:002012-04-29T22:31:54.962-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8zAgaGxD3On1fjaVhS5U6ncxFdZjK0H06FjZy17Eka2upIzTA4VdUZgJ6y8h94XYukD14BlN0LbQ1sl7UIgue_bSfzH-ZF6R41-nY67FfN1kAcoLjaZN7jMd6qlz9gh-M7uwtPfVivfjm/s1600-h/carvalho.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5404353283333663954" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8zAgaGxD3On1fjaVhS5U6ncxFdZjK0H06FjZy17Eka2upIzTA4VdUZgJ6y8h94XYukD14BlN0LbQ1sl7UIgue_bSfzH-ZF6R41-nY67FfN1kAcoLjaZN7jMd6qlz9gh-M7uwtPfVivfjm/s320/carvalho.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 240px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 320px;" /></a><br />
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MORRE O PATRIARCA<br />
(a meu pai, depois de sua morte-março de 1995)<br />
Mesmo o mais frondoso carvalho<br />
Enfraquece com a ação do tempo<br />
E à menor tempestade<br />
Vem abaixo mostrando sua fraqueza.<br />
Eras forte como um carvalho<br />
Altivo, belo, arrogante<br />
Mas o tempo te fez fraco<br />
Te deixando à mercê das intempéries.<br />
Perdeste a arrogância<br />
Mas mantiveste a altivez<br />
Com dignidade até o fim.<br />
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Até o grande carvalho<br />
Recebe a carícia do vento<br />
Tu não quiseste carícias<br />
Afastastes todos de ti<br />
Te fechaste em teu mundo<br />
Povoado de deuses e demônios<br />
Que te torturavam<br />
Com o fogo do inferno.<br />
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Onde estarás agora?<br />
No céu ou no inferno?<br />
Não importa mais nada<br />
Pois em tua dureza planejada<br />
Levaste um pedaço<br />
Do nosso mundo.</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-44633311046875482792009-11-13T20:25:00.010-02:002009-12-30T10:34:59.900-02:00RECEITA<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggyHprfptiqsHEizGdgAGaXSrzRuPS_TaOnkmQvyloPUIu_8bWwyH2ZnuMeaTmUPh7bHP-j0ROE7DWJeB2myep5DbyDqLaeKDcoOMWpnaobhN8e_uiPJgRZ437ccWVR1pl9U6qWjcNa4J-/s1600-h/173_SEREIA_PEDRAS.JPG"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 233px; FLOAT: left; HEIGHT: 174px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5403719863034187794" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggyHprfptiqsHEizGdgAGaXSrzRuPS_TaOnkmQvyloPUIu_8bWwyH2ZnuMeaTmUPh7bHP-j0ROE7DWJeB2myep5DbyDqLaeKDcoOMWpnaobhN8e_uiPJgRZ437ccWVR1pl9U6qWjcNa4J-/s320/173_SEREIA_PEDRAS.JPG" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Pelo mar, pela areia<br />avisto o mar,<br />olha uma sereia<br /><br />( não, sereia com areia nao)<br /><br /><br />Pelo mar, pela terra<br />sinta o ar, <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpBCm-gJGr0mr9Fr8J9tk0g05_kILGCPf_v1Hf2fsRIIjOqRfgn4IbmL2B8CUcHYnSE9UqfPSCxrwItkrpnOnW4evStz8RL0X4hF_1ekFDnx3oAZ13dlaCmeD-JbgZF4_x7sD_lzKWgxS0/s1600-h/luar.jpg"></a><br />veja a caravela<br /><br />( não, ainda nao é isso)<br /><br />Na praia o mar<br /><br /><div align="justify">enterra na areia</div><div align="justify">a caravela, a sereia....</div><div align="justify"></div><div align="justify">( ah, desisto !! ) </div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /></div>Filipe Dias<br /><br /><br /><br />(Pensam que é fácil fazer poesia?)Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-42442025771474735082009-11-13T19:52:00.007-02:002009-12-30T10:41:04.956-02:00POEMA QUE EU GOSTARIA DE TER ESCRITO<p align="center"></p><p align="center"></p><p align="center"></p><p align="center"></p><p align="center"></p><p align="center"></p><p align="center"></p><p align="center"></p><p align="center"></p><p align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHk6ouocDhQT06OeCRvDJqWMTeoePtmc4aQ4c1go8idq8Q9CrNf5GpRPjEe0T9dsqhHCw5es434COaNIgjKXHqOM1eukxTpJd8XtwpTi6QvntfsgOu4CiWQQfyFY0qWO9KrvCge5hmTI4L/s1600-h/Florbela%2520Espanca1.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 210px; FLOAT: left; HEIGHT: 266px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5403710511294995346" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHk6ouocDhQT06OeCRvDJqWMTeoePtmc4aQ4c1go8idq8Q9CrNf5GpRPjEe0T9dsqhHCw5es434COaNIgjKXHqOM1eukxTpJd8XtwpTi6QvntfsgOu4CiWQQfyFY0qWO9KrvCge5hmTI4L/s320/Florbela%2520Espanca1.jpg" /></a></p><p align="center"></p><p align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHk6ouocDhQT06OeCRvDJqWMTeoePtmc4aQ4c1go8idq8Q9CrNf5GpRPjEe0T9dsqhHCw5es434COaNIgjKXHqOM1eukxTpJd8XtwpTi6QvntfsgOu4CiWQQfyFY0qWO9KrvCge5hmTI4L/s1600-h/Florbela%2520Espanca1.jpg"></a></p><p><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /> </p><p> </p><p>Ser poeta é ser mais alto, é ser maior<br /><br />FLORBELA ESPANCA<br /><br />Ser poeta é ser mais alto, é ser maior<br />Do que os homens! Morder como quem beija!<br />É ser mendigo e dar como quem seja<br />Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!<br /><br />É ter de mil desejos o esplendor<br />E não saber sequer que se deseja!<br />É ter cá dentro um astro que flameja,<br />É ter garras e asas de condor!<br /><br />É ter fome, é ter sede de Infinito!<br />Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...<br />É condensar o mundo num só grito!<br /><br />E é amar-te, assim, perdidamente...<br />É seres alma, e sangue, e vida em mim<br />E dizê-lo cantando a toda a gente! </p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-76339435255447309422009-11-02T15:56:00.004-02:002010-06-24T22:18:44.448-03:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWvrlN_axuWM0HPaTueVEkJgNIRGbZllXb-PBg5gjKYLfsFVvkByXSNmE8UxnqCMl7AnrMlJDWc6zyuk7B8XNdLQKY3I4RyQwnGJNqZZeu6mNVqsTMT26X9cUNPGb0gqpa17D1LYCFuP9b/s1600-h/bruxa+bruxinha+vetor.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; FLOAT: left; HEIGHT: 227px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5399567714905122706" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWvrlN_axuWM0HPaTueVEkJgNIRGbZllXb-PBg5gjKYLfsFVvkByXSNmE8UxnqCMl7AnrMlJDWc6zyuk7B8XNdLQKY3I4RyQwnGJNqZZeu6mNVqsTMT26X9cUNPGb0gqpa17D1LYCFuP9b/s320/bruxa+bruxinha+vetor.jpg" /></a><br /><br /><br /><div align="center"></div><br /><br /><div align="center"></div><br /><br /><div align="center"></div><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><div align="left">BRUXA<br />vassoura</div><div align="left">ao alto</div><div align="left">capa</div><div align="left">esvoaçando</div><div align="left">olhando o mundo</div><div align="left">que a julga</div><div align="left">e não a entende...<br /></div><div align="left">Mulher</div><div align="left">que conhece </div><div align="left">os segredos da alma</div><div align="left">da natureza</div><div align="left">e dos ciclos.<br /><br />Mulher</div><div align="left">que ama sem medo</div><div align="left">sem pudor</div><div align="left">faz suas próprias regras</div><div align="left">bruxa</div><div align="left">deusa</div><div align="left">sacerdotisa</div><div align="left">do amor!</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-20245049975772031942009-10-16T13:05:00.006-03:002010-01-15T20:08:13.906-02:00Morre Mercedes Soza, la negra<div align="justify"><a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a3/Mercedes_Sosa.jpg/589px-Mercedes_Sosa.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 589px; FLOAT: left; HEIGHT: 599px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a3/Mercedes_Sosa.jpg/589px-Mercedes_Sosa.jpg" /></a><br /><br />A cantora argentina Mercedes Soza faleceu no domingo, 4 de outubro de 2009, aos 74 anos. Ela estava com graves problemas renais e não resisitiu.<br />Mercedes era conhecida carinhosamente como <em>la negra </em>devido à sua ascendência indígena. Durante sua vida o destaque foi dado à sua luta contra as ditaduras e aos governos fascistas. Por isso, foi perseguida pelo governo militar da Argentina que começou em 1963 e durou até 1982. Em 1979 ela foi presa em um concerto e exilada, morando em Madrid e Paris. Em 1982 voltou à Argentina e começou a realizar concertos históricos contras as ditaduras. Seu sonho era a união latino americana, tanto nas artes como na política, criando um estado socialista.<br />Na música, ela renovou o modo de fazer música dos povos, trazendo pas suas canções influências dos povos indígenas, como a flauta andina e outros instrumentos e letras do folclore popular de vários países latinos.<br />Em 1963, Mercedes e outros músicos criaram o Manifesto do Cancioneiro Popular, que propunha novos paradigmas para a música popular, integrando as manifestações folclóricas e culturais do povo.<br />Junto com artistas brasileiros, como Chico Buarque de Holanda e MIlton Nascimento, La Soza pretendia criar um movimento artístico que unisse toda a América Latina. Fizeram grande concertos juntos.<br />Confira um pouco da obra da grande cantora no youtube.<br /><a href="http://www.youtube.com/">http://www.youtube.com/</a> </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-4981436852451579122009-08-29T15:06:00.019-03:002009-12-11T23:12:53.980-02:00APRENDIZAGEMFOTOS DO MEU ARQUIVO PESSOAL: Eu na faculdade, Othon, Gustavo e Vinícius, meu netos; Meus três filhos: Michele, Milena e Filipe. <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEix4_LmrKMUqG-_YQW-oDYb25C_2jJL3OJoaU1qJdhHXeTysJcZrgKx-DJDupsQYsAqkFTUvJnPJN3TXHN1j5alSI5Z69G-uQ3tw8U8Aqbi1yCSEYZyl5rHtcdpcL-31CWKljrnn-mast7s/s1600-h/gefaucl.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 237px; FLOAT: left; HEIGHT: 198px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5375460850638063378" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEix4_LmrKMUqG-_YQW-oDYb25C_2jJL3OJoaU1qJdhHXeTysJcZrgKx-DJDupsQYsAqkFTUvJnPJN3TXHN1j5alSI5Z69G-uQ3tw8U8Aqbi1yCSEYZyl5rHtcdpcL-31CWKljrnn-mast7s/s320/gefaucl.jpg" /></a><br /><br /><div></div><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 263px; FLOAT: left; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5375454358713603634" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaUlFfKfWYMnl1nynKY71oqUt91dK2hyphenhyphenqeJ2dHq8Ma1_Jz9aXVY7ILM0R_7IqgkQYJRDJFh4RmLOmkJfzzOaoShtoAQIQNxE3FKRvLTLf8Ke5RRGhvuLU7T5kwMBww6t3ft6EM9eFpabfD/s320/u.jpg" /><br /><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div>Nesse dia em que completo meio século de existência posso afirmar que aprendi que:<br />Gosto cada vez mais de crianças: elas são inteligentes, inocentes, verdadeiras e puras!Cada vez mais procuro ser como as crianças.</div><div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div>A beleza de cada um e a minha <a href="http://lh5.ggpht.com/_cqYgJtpStCI/Splh6dxWquI/AAAAAAAAA0o/0MO-3SLRh_E/s400/amizade.png"></a>não depende de grandes programas de beleza e sim de investimento na busca do equilíbrio interno. </div><div></div><div>Não posso mudar o mundo, mas nem por isso vou me conformar e deixar de lutar contra as injustiças.<br /></div><div>Todo mundo é importante, cada pessoa tem seu universo próprio.</div><div>Eu posso contribuir para melhorar a vida de outras pessoas e a minha própria.</div><div>A nossa postura individual, a ética e as atitudes ensinam mil vezes mais que muitos discursos prontos.Se somos verdadeiros, mesmo que erremos, as pessoas saberão nos valorizar.<br /></div><div></div><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcWWWuOwX7FIRAyrELGLca1gOHs-x3HFNIqv1orB-ycsLxsYagDCQRGxq0uccQQs9wX78kLYm-sj6ujRiId7gpZ6SFcUijH1iQuMJGy3EvncZpAI-LvelnVXZc-sat3xjM8qJ-69_5Q1lx/s1600-h/MI.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 287px; FLOAT: right; HEIGHT: 205px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5375452434956930114" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcWWWuOwX7FIRAyrELGLca1gOHs-x3HFNIqv1orB-ycsLxsYagDCQRGxq0uccQQs9wX78kLYm-sj6ujRiId7gpZ6SFcUijH1iQuMJGy3EvncZpAI-LvelnVXZc-sat3xjM8qJ-69_5Q1lx/s320/MI.jpg" /></a> </div><div>Se não prejudicamos ninguém deliberadamente, nem somos maldosos, sempre saberão nos perdoar.</div><br /><div>Tudo o que fazemos para os outros com maldade sempre volta para nós.<br />Colhemos mesmo o que plantamos e a vida sempre mostra isso.<br /></div><div></div><br /><div></div><div></div><div>A minha felicidade não depende dos outros: sou eu que escolho ser ou não feliz e eu escolhi a felicidade!</div><div></div><div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-80762781604329560802009-08-06T18:39:00.005-03:002009-08-06T18:54:45.188-03:00O VAMPIRO<a href="http://files.nireblog.com/blogs3/michelinhabonekinha/files/vampiro.bmp"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 290px; FLOAT: left; HEIGHT: 449px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://files.nireblog.com/blogs3/michelinhabonekinha/files/vampiro.bmp" /></a><br /><div><br /><br /><div align="center"></div><br /><br /><div align="left"></div><br /><div align="left"></div><br /><div align="left"></div><br /><div align="left"></div><br /><div align="left"></div><br /><div align="left"></div><br /><div align="left"></div><br /><div align="left"></div><br /><div align="left"></div><br /><div align="left"></div><br /><div align="left"></div><br /><div align="left"></div><br /><div align="left"></div><br /><div align="left"></div><br /><div align="left"></div><br /><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">Imagem do site: <a href="http://files.nireblog.com/blogs3/michelinhabonekinha/files/vampiro.bmp">http://files.nireblog.com/blogs3/michelinhabonekinha/files/vampiro.bmp</a></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"> </div><div align="left"><br /><br /></div><div align="justify">FLAP...FLAP...FLAP... </div><div align="justify"><br />Sangue </div><br /><div align="justify">es<br />co<br />rren<br />do...<br />O céu escuro...<br />A noite profunda... <span style="font-size:0;"></span></div><br /><div align="justify">Ele vem vindo...<br />Deslizando pela bruma.<br /><br />FLAP...FLAP...FLAP...<br /><br />Com sua longa capa...<br />Sedento... </div><div align="justify">Sedento...<br />O sangue querendo...<br /><br />Vem, meu Vampiro<br />Estou esperando<br />Quero sua mordida<br />Em meu pescoço quente </div><div align="justify">Onde o sangue borbulha. </div><div align="justify"><br />Quero sentir o sangue<br />es<br />co<br />rren<br />do<br />Num frenesi de prazer<br />Mortal...<br /><br />Não...Não vá ainda...<br />O momento é efêmero<br />Outros pescoços<br />Estão a esperar...<br /><br />FLAP...FLAP...FLAP... </div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-20235029872287592502009-07-08T21:27:00.008-03:002009-08-09T13:39:01.486-03:00MICHAEL AND ME<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMbXybr8uq4cgIzQry9WUB93tgPwKchHQX4yTnvxlZ6m5l2zkxn7tS_mINOViQFaXpaVNiCevJmDlX9vUOmbd792Q8YNkEfOskb0DjuQr2clBAZ5lHPqjGdXsS8nEXlp9FXSIEX9a-Zlch/s1600-h/MICHAEL.bmp"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; FLOAT: left; HEIGHT: 319px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5356253565698266546" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMbXybr8uq4cgIzQry9WUB93tgPwKchHQX4yTnvxlZ6m5l2zkxn7tS_mINOViQFaXpaVNiCevJmDlX9vUOmbd792Q8YNkEfOskb0DjuQr2clBAZ5lHPqjGdXsS8nEXlp9FXSIEX9a-Zlch/s320/MICHAEL.bmp" /></a> <span style="color:#000000;">Uma luz que muito brilha se consome rápido. E Michael Jackson brilhou muito, tanto que se consumiu rapidamente.<br />Michael Jackson e eu temos muita coisa em comum. Pode-se dizer que crescemos juntos uma vez que cresci ouvindo-o cantar. Também nascemos no mesmo dia, 29 de agosto. Sempre pensei que tínhamos a mesma idade quando descobri que ele era um ano mais velho que eu. Virginiano perfeccionista, não me admira que ele tenha se transformado no rei do Pop e revolucionado o mundo da música utilizando batidas do pop, do rock e da música negra.<br />Como bailarino foi impecável, inventando alguns passos e reinventando outros de forma a parecer que deslizava no palco. Seus shows sempre foram uma festa para os olhos e ouvidos, um deleite de prazer estético para mim.<br />Parecia que no palco o artista se entregava <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjL9L5y5NC6nQCNSKt-rTxRoGLUz8eq6W8L-Vd9c9RFaGD6fO-fxl7QqnEED3c-DpAXl5RBoKJZkLqp4Q4wjzW7bKXGsk0a5SzL9x6V06SCG-WPGdsJ69V67j2_NbT17Ug7p7iIw1s-c30e/s1600-h/michael_jackson02-455x400.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 243px; FLOAT: left; HEIGHT: 196px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5356252834055657682" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjL9L5y5NC6nQCNSKt-rTxRoGLUz8eq6W8L-Vd9c9RFaGD6fO-fxl7QqnEED3c-DpAXl5RBoKJZkLqp4Q4wjzW7bKXGsk0a5SzL9x6V06SCG-WPGdsJ69V67j2_NbT17Ug7p7iIw1s-c30e/s320/michael_jackson02-455x400.jpg" /></a>totalmente a sua arte. Parecia ainda que nesses momentos ele era feliz, encontrava um sentido para sua vida. Como ser humano, não posso dizer nada dele, mas como artista ele se dava totalmente a seu público, buscando a perfeição em tudo o que fazia. </span><span style="color:#000000;">A impressão que me passava Michael Jackson era de fragilidade. Eu o sentia com uma necessidade imensa de amor, de carinho, intuição que sua história parece comprovar. A sua vida parecia ter um imenso buraco que ele não conseguia preencher nem com a fama, nem com o dinheiro. Um homem lindo que se achava feio e vivia mexendo na aparência. Ele não conseguia se ver no espelho, <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpqgK5rSqs1Da-hi-5tvDspfrzBumfZfkNgs1KTjVjdW31E6zPR3urKPErwu82JJFHPu8CuKSUWuPoW9SLNtjXMtgyEgeKpS13iVuGydgxaYjUo-eJJi6VheResPVhA-VAn9rsltZrXHGT/s1600-h/michael_jackson(2).jpg"><span style="color:#000000;"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 255px; FLOAT: left; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5356251754684711618" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpqgK5rSqs1Da-hi-5tvDspfrzBumfZfkNgs1KTjVjdW31E6zPR3urKPErwu82JJFHPu8CuKSUWuPoW9SLNtjXMtgyEgeKpS13iVuGydgxaYjUo-eJJi6VheResPVhA-VAn9rsltZrXHGT/s320/michael_jackson(2).jpg" /></span></a>não via a sua beleza. O racismo nos EUA é imensamente cruel: os artistas negros não tinham espaço e Michael ajudou a quebrar este estigma: foi o primeiro negro a ter um clipe veiculado pela MTV e isso em 1983! Que lugar atrasado!</span></div><div align="justify"><span style="color:#000000;">Michael também passava muita tristeza interior. E isso me deixa triste: tão amado por muitos, tão pouco amado por aqueles que deveriam amá-lo, tão carente de amor e carinho.<br />Outra coisa que me deixa triste é o modo como foi usado a vida toda e até na sua morte. Transformaram-no numa coisa, uma mercadoria. Até que ponto ele tinha consciência disso e se deixou usar é que resta indagar. Será que saberemos algum</span> dia?<br /><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /> </div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-91963649144083544082009-07-03T19:11:00.005-03:002009-07-04T20:47:09.310-03:00NOITE SEM LUA<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi24X_Hu-uSZ9oI7dr_IOJ3znxG9Bzbt52rLaU0VcARVjAFSflfxQeS_-SVnP7-8AcMvJNJKXXBzsMhWIWZNvDsatpZgO5Zz9TAY2IFeDoHiBfG0wzIeDBa5FhxVV_O0Rxlzi3UoT3oEZRX/s1600-h/neblina.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5354364381799627602" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 257px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi24X_Hu-uSZ9oI7dr_IOJ3znxG9Bzbt52rLaU0VcARVjAFSflfxQeS_-SVnP7-8AcMvJNJKXXBzsMhWIWZNvDsatpZgO5Zz9TAY2IFeDoHiBfG0wzIeDBa5FhxVV_O0Rxlzi3UoT3oEZRX/s320/neblina.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><div></div><div></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;color:#000000;">Noite sem lua. Ruas carregadas de neblina. Numa noite como essa, parece que todos sumiram. Parece que não há ninguém na rua. Silêncio...<br />Uma garota caminha cambaleante em meio à névoa. Parece perdida. Estaria alcoolizada? Solitária, caminha.<br />Era madrugada e a garota voltava de uma festa. Com apenas quinze anos, havia ludibriado os pais para poder sair à noite e foi a uma boate. Como primeira experiência na <em>night</em> foi traumática: luzes piscando, pessoas rodando na pista, agarrando-se, usando drogas...Tudo lhe pareceu muito insólito. Mais estranho ainda foi o rapaz que conheceu.<br />Um rapaz pálido, com ares vampirescos. Cabelos escuros, pele pálida, olhos baços, o moço era sério, diferente de seus colegas de escola. E mais velho também. Ela ficou impressionada com a delicadeza do moço. Em vez de agarrá-la como seus colegas de escola, conversou com ela, buscou-lhe bebida, preocupou-se com ela.<br />Ficaram próximos todo o tempo e beijaram-se com delicadeza.<br />Perto da meia-noite a garota decidiu voltar para casa. O rapaz, gentilmente, ofereceu-se para acompanhá-la. A garota aceitou, mas explicou que ele só poderia ir até parte do caminho porque estava ali sem o consentimento dos pais.<br />Durante o caminho conversaram pouco. A garota, cautelosa, decidiu não dar muitos dados de si. O rapaz era lacônico por natureza. Caminharam quase em silêncio quando ele a convidou para ir ao seu apartamento ali perto. Prometeu respeitá-la, nada fazer que ela não desejasse. A garota teve medo, mas o desejo pelo desconhecido foi maior.<br />Ao entrar no apartamento, bateu-lhe no rosto um cheiro estranho, adocicado e quase indefinido: seria lixo em decomposição? Parecia algo apodrecendo, o que seria? O rapaz alojou-a no sofá da sala e desapareceu alguns minutos dizendo que ia a cozinha pegar algo para beber. A garota olhou o apartamento e começou a sentir medo. Um medo inexplicável fazia o seu coração bater forte, a respiração ficar ofegante e ela sentia bolhas fazendo festa no seu estômago.<br />O sábio medo dizia à garota para sair correndo dali, mas ela estava paralisada. O rapaz voltou da cozinha com dois copos e lhe disse para nada temer que era apenas refrigerante. A garota constatou o gosto de Coca-cola, mas algo lhe dizia para beber bem devagar e de preferência não tomar tudo.<br />Ao primeiro gole a cabeça começou a rodar. Rodava tanto que ela achou que viu o rapaz rindo, gargalhando e seu rosto todo se deformava em uma máscara monstruosa. De repente, ela viu (teria visto? Tudo rodava...). Um armário na parede, a porta abriu-se (sozinha?). Vários corpos caíam de lá, corpos nus de garotas jovens, todas aparentando quinze anos, todas parecidas com ela, de cabelos escuros longos, magrinha, seios pequenos. Ela abriu a boca para começar a gritar, mas o grito não saía. O rapaz vinha em sua direção. Ela levantou-se e saiu correndo, a porta estava destrancada, conseguiu encontrar a escada e descer correndo, na maior velocidade que pode, sempre olhando para ver se o rapaz a seguia...Mas não, não havia ninguém atrás dela.<br />Alcançou a rua e continuou correndo, desesperada, a cabeça rodando. Na rua, a escuridão, a neblina, fazia com que a situação ficasse ainda mais assustadora. Correndo, trôpega, conseguiu chegar ao metrô onde havia outras pessoas e ela se sentiu um pouco mais segura. O trem chegou e ela entrou, tremendo.<br />Acordou em sua cama quentinha, segura, limpinha. O medo lhe fez dar um salto.<br /></span></div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-15028265678223207202009-06-28T19:45:00.007-03:002009-07-04T14:05:44.025-03:00AMAMENTAR É UM ATO DE AMOR<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo1IJDPUM3OHYnaNN3g4iU19ooBxB5yIsq_4gfPizCcmmmnRNglgRp1kexYIFnvuFO0F77NQZUbN4Wgmc9OsjX05Ys3GnB2dIxmO3CQQaS5t61hwIk7POWc3qbmau4aFuJyauYQzJ0TKO4/s1600-h/Hahaha1.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5354651898388041698" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 196px; CURSOR: hand; HEIGHT: 167px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo1IJDPUM3OHYnaNN3g4iU19ooBxB5yIsq_4gfPizCcmmmnRNglgRp1kexYIFnvuFO0F77NQZUbN4Wgmc9OsjX05Ys3GnB2dIxmO3CQQaS5t61hwIk7POWc3qbmau4aFuJyauYQzJ0TKO4/s320/Hahaha1.gif" border="0" /></a> </div><div align="justify"><span style="color:#000000;">Em 1999 Pedro Almodóvar, cineasta espanhol, entregou ao mundo seu filme "Tudo sobre minha mãe", uma bela homenagem às mulheres e às mães. Sua personagem principal, Manuela, é uma mulher de 38 anos que perde seu único filho, no dia em que ele estava completando 17 anos, em um acidente de carro. Ela faz uma longa trajetória para encontrar o pai do seu filho depois do acidente.Manuela havia prometido contar tudo sobre o pai para Estéban, seu filho e iria fazê-lo no dia de seu aniversário, dia fatal em que ele sofre o acidente.Manuela é enfermeira de um hospital e trabalha no setor de doação de órgãos. Por ironia do destino terá que decidir a doação do jovem coração de seu filho. O que mostra o filme em seguida é de uma beleza imensa: Manuela é toda doação e amor. O que mais me chama a atenção nessa linda personagem é que ela é incapaz de odiar, nem mesmo a pessoa que é responsável pelo acidente de seu filho. Com esses gestos de amor ela vai dando lições a todos que a circundam. Não foi à toa que esse filme ganhou o Óscar de melhor filme estrangeiro em 2000, tornando Almodóvar conhecido no mundo todo.</span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM1nqEIqeGaV04meKrGc8ija3HpbUhmzj9VeaLMleVkU53yk0q6GIOaLTSoOBmYGjy_bnV90REPCPh76h0yEHgh-JzqloCATsdWJmi9VRo5m0LPjZLkAVYH6eSk5W62ZMfHWPDxjmnTB4/s1600-h/Amamenta%C3%A7%C3%A3o,%2BPicasso.jpg"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM1nqEIqeGaV04meKrGc8ija3HpbUhmzj9VeaLMleVkU53yk0q6GIOaLTSoOBmYGjy_bnV90REPCPh76h0yEHgh-JzqloCATsdWJmi9VRo5m0LPjZLkAVYH6eSk5W62ZMfHWPDxjmnTB4/s1600-h/Amamenta%C3%A7%C3%A3o,%2BPicasso.jpg"></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaQrQq5X3_fskfU0PP8es5rv1yJWlC5XTmG4xBH9Kg0VXiazBILw9vHxK4cWu5EJBHfx-KjK4r1Zfqgq2PQcDHR_ELsawNKxH5YnlyhKtnwIQYzevZp9iPubXvDOZpijPubV-H2reEy2o/s1600-h/Amamenta%C3%A7%C3%A3o,%2BPicasso.jpg"></a><span style="color:#000000;">Estamos falando de amamentação e o que teria um filme de Almodóvar a ver com isso? Primeiro, o filme fala de mães. Segundo, de doação. E amamentar é um grande ato de doação. Tanto que algumas mães com filhos indesejados não conseguem amamentá-los. Esse ato torna-se sofrido para elas, passam a alegar que estão com falta de leite, que seu leite está fraco, que os seios doem. Não podemos culpá-las, nem criticá-las, porque é doloroso e sofrido para a mulher ter filhos sem o desejar, às vezes em condições muito difíceis, sem apoio de um companheiro ou da família.<br />Por isso que alguns hospitais e entidades fazem campanhas para que as mães amamentem seus filhos. A ciência já comprovou os benefícios da amamentação: previne doenças, melhora o estado geral da criança, além de aumentar o vínculo afetivo entre a mãe e a criança. Além disso, ainda previne cáries, melhora a capacidade de fala porque fortalece os músculos do maxilar e prepara o terreno para que a criança se torne um adulto mais feliz. </span></div><span style="color:#000000;"><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Parece óbvio que as mães amamentem seus filhos já que somos mamíferos. Mas, quando a industrialização se expandiu no Brasil, a Nestlé fez campanha contra esse ato tão normal quanto maravilhoso. Alegava que caía os seios, que o leite da mãe era fraco, entre outras propagandas subliminares que apa<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghuWmymOt8h9AvxSBCnEgpyVtQPDLZmhHFHapF_NnYNEAOSrY1gYgO9RpiJNTs1CkF02ilsf1KXDg34Y4TxwzMsQO4DW2qw6PAn1Pb9P-YQtfDv1nAL_v62k2XoZyRK7FJZfyvXuohxWz1/s1600-h/Amamenta%25C3%25A7%25C3%25A3o,%252BPicasso.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5352514576877229330" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 239px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghuWmymOt8h9AvxSBCnEgpyVtQPDLZmhHFHapF_NnYNEAOSrY1gYgO9RpiJNTs1CkF02ilsf1KXDg34Y4TxwzMsQO4DW2qw6PAn1Pb9P-YQtfDv1nAL_v62k2XoZyRK7FJZfyvXuohxWz1/s320/Amamenta%25C3%25A7%25C3%25A3o,%252BPicasso.jpg" border="0" /></a>reciam em revistas e TV. Na época, eu tive minha primeira filha, em 1977. A cada vez que a traziam para mim no hospital diziam que ela já tinha mamado. Eu era jovem, não sabia de muita coisa sobre bebês e não contestava. Quando voltei para casa e tentei dar de mamar, ela não queria, só chorava e não mamava. Pudera, já estava acostumada ao bico, coisa que hoje os médicos abominam. Resultado: compramos mamadeiras e leite Ninho, é claro.<br />A minha sobreviveu, felizmente. Mas várias crianças da idade dela ou mais velhas morreram de desidratação e infecções intestinais várias. Porque o leite Ninho era muito forte e caro. As mães nem sempre tinha dinheiro para comprá-lo. Colocavam uma colherinha de leite em 200 ml de água, o que o deixava muito mais fraco que o leite materno. Em alguns casos a água nem era filtrada ou fervida. Infelizmente, conheço muitas pessoas, parentes e conhecidas, que perderam seu filho bebê nessas condições horríveis. Mas o silêncio sobre essa questão foi total. Nunca vi nada na imprensa e nem nenhum estudo sobre o caso, um verdadeiro genocídio.<br />Nos anos 80, começou a campanha pelo aleitamento materno. Tudo mudou de figura: amamentar passou a ser um gesto de amor e foi totalmente romantizada em linda campanhas que perduram até o momento. Falava-se muito timidamente sobre o alto índice de mortalidade infantil que a amamentação poderia ajudar a evitar. No nascimento de minha segunda filha, em 1981, já não se cogitava mais dar mamadeira. Hoje, as minhas filhas amamentaram seus filhos sem a menor dúvida. Felizmente. </div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVmWDtX8I2o786Y-zLCYEUxHayF-ttGEWr49RNZS9GFrCVywjV_vuvJiZc1zxiVb2i3fmwiLOS0FBlvtpN_JuvXTZjcNOZCDN3BRTgBhBHRBMF9Anb1rh1vg5t_Ii-esjBgmVy0PpjTCgx/s1600-h/micheleamamentando.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5354650780264009506" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 279px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVmWDtX8I2o786Y-zLCYEUxHayF-ttGEWr49RNZS9GFrCVywjV_vuvJiZc1zxiVb2i3fmwiLOS0FBlvtpN_JuvXTZjcNOZCDN3BRTgBhBHRBMF9Anb1rh1vg5t_Ii-esjBgmVy0PpjTCgx/s320/micheleamamentando.jpg" border="0" /></a><br /></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"></div></span><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="color:#000000;"></span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="color:#000000;"></span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="color:#000000;"></span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="color:#000000;">Aqui a Michele amamentando o Othon, seu primeiro e único filho, hoje com sete anos</p><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Amamentar é natural, é bom, é um ato de amor.<br />No link abaixo, informações sobre como ajudar a mães:</div><div align="justify"><a href="http://www.worldbreastfeedingweek.org/Brazilian/Folheto_SMAM.pdf">http://www.worldbreastfeedingweek.org/Brazilian/Folheto_SMAM.pdf</a></span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-39506627580901810532009-06-28T18:24:00.006-03:002009-08-09T13:20:34.991-03:00A CAIXA DE PANDORA<div align="justify"><br />imagem do site:<br /><a href="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2008/01/11_1329-pandora1.jpg">http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2008/01/11_1329-pandora1.jpg</a><br /><br /><span style="color:#3333ff;">A CAIXA DE PANDORA<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimaOBRGs9-t7566bEEa7_7qlacLjqd5uzUK3tFMR3rG-lqBovkpBYGyMr9Y3S_5ieVFAQGm00TaKbTkvmvSKDdgsZxMtT-cEpHXfhSeE32LS1vU7gflAh7QTMyGTjCoQHAhhJ-IHWwSKFC/s1600-h/11_1329-pandora1.jpg"><img style="WIDTH: 280px; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5352495719148070114" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimaOBRGs9-t7566bEEa7_7qlacLjqd5uzUK3tFMR3rG-lqBovkpBYGyMr9Y3S_5ieVFAQGm00TaKbTkvmvSKDdgsZxMtT-cEpHXfhSeE32LS1vU7gflAh7QTMyGTjCoQHAhhJ-IHWwSKFC/s320/11_1329-pandora1.jpg" /></a><br />O quarto escuro. O cigarro aceso. O medo. De quê? De tudo, de não sei que. O medo dói. E a dor doía fundo nele. Mas ele escondia a dor. Dentro de uma caixinha bem cerrada. Ninguém chegava lá, nem ele. Mas de vez em quando a caixinha se abria. E envenenava tudo. Aí, o som era de dor, o riso era de dor, o prazer era só dor. Mas ele lutava para manter a caixinha bem cerrada. Fazia de tudo para parecer alegre. Mas a alegria doía. Era de mentira, fabricada por coisas extrarreais e substâncias tóxicas que envenenavam o corpo. Mais que a dor.<br />Às vezes a dor escondida até que ficava quietinha um pouco lá dentro e ele parecia quase feliz. Parecia acreditar. As portas do prazer se abriam, a percepção ficava forte. A esperança surgia. Mas não durava. Algo fazia a maldita caixa se abrir de novo e tudo se perdia.<br />Ah, a dor. Dentro da caixa de Pandora ficava. Mas abria. Abria e fechava. Era cruel. Ele sabia que precisava soltá-la para que junto também saísse a esperança. Mas tinha medo. Ela era muito forte, essa dor. E se ele sucumbisse? Não, não. Nem pensar. Deixa ela lá, presa. Vai que junto com ela vem também o mal e então o que faço? Mas era tão terrível guardar essa dor!<br />Então ele foi para o alto da montanha. Contemplou o pôr-do-sol, viu nascer as estrelas, olhou o mar lá embaixo, as árvores. Tudo era tão bonito! Ele não aguentou. Começou a chorar. Depois a gritar. Gritou tanto e o mais alto que pode. Até que uma luz surgiu em seu peito e se expandiu para o resto do corpo. Atravessou-o todo e ele se sentiu derretendo. Foi quando viu que não era mais ele. Tinha se fundido às pedras e chovido toda a dor do mundo.<br />(16/02/2001) </span></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-41435918249602292882009-06-14T16:34:00.009-03:002009-07-04T14:09:05.626-03:00O CÉREBRO ELETRÔNICO E AS RELAÇÕES<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ0Dj-ceBlmvp46vRXZawmJfSz_3d3XNG1Ng6NQqxQRU0aepiK7osRWfQnujak0Gu1n8kbcxlbUGOmElmPCyCRD3Tmk2_BACX4L4D-Jmeq3FxVrYOu7v4ye1HxJOVGwUYdF2hL_GqkVfGY/s1600-h/emergencia1_300_div.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5347269809895608466" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 236px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ0Dj-ceBlmvp46vRXZawmJfSz_3d3XNG1Ng6NQqxQRU0aepiK7osRWfQnujak0Gu1n8kbcxlbUGOmElmPCyCRD3Tmk2_BACX4L4D-Jmeq3FxVrYOu7v4ye1HxJOVGwUYdF2hL_GqkVfGY/s320/emergencia1_300_div.jpg" border="0" /></a> <span style="font-family:courier new;color:#000000;">CÉREBRO ELETRÔNICO</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">(GILBERTO GIL)</span></div><div align="justify"> </div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">O cérebro eletrônico faz tudo</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Faz quase tudo</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Faz quase tudo</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Mas ele é mudo</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">O cérebro eletrônico comanda </span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Manda e desmanda</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Ele é quem manda</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Mas ele não anda</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Só eu posso pensar</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Se Deus existe</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Só eu</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Só eu posso chorar</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Quando estou triste</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Só eu</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Eu cá com meus botões</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">De carne e osso</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Eu falo e ouço.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Eu penso e posso</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Eu posso decidir</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Se vivo ou morro por que</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Porque sou vivo</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Vivo pra cachorro e sei</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Que cérebro eletrônico nenhum me dá socorro</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">No meu caminho inevitável para a morte</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Porque sou vivo</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Sou muito vivo e sei</span></div><div align="justify"><span style="color:#000000;"><span style="font-family:courier new;">Que a morte é nosso impulso primitivo e se</span><span style="font-family:courier new;">i</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">Que cérebro eletrônico nenhum me dá socorro</span></div><div align="justify"><span style="color:#000000;"><span style="font-family:courier new;">Com seus botões de ferro e seus olhos de vidro</span><br /><br /></span></div><div align="justify"><span style="color:#000000;">No dia 13 de setembro de 2008 fui visitar a exposição Emergência! Emoção art.ficial 4.0 no Itaú Cultural que foi indicada pelo professor Ênio Moraes. </span></div><div align="justify"><span style="color:#000000;">Convidei a minha amiga Luciana, que não via há um ano já, para ir comigo e depois iríamos conversar e passear pela avenida Paulista.</span></div><div align="justify"><span style="color:#000000;">Nesse tempo em que estivemos longe mantivemos nosso contato pelo espaço cibernético, a internet. E, quando nos encontramos, parecia que tínhamos acabado de nos ver no dia anterior.<br />Foi uma sensação interessante entrar nessa exposição, principalmente quando tem um tema como esse em que une arte e tecnologia: à primeira vista as coisas pareciam não fazer sentido. Tudo parecia um amontoado de circuitos e eu me perguntava: cadê a arte? Aquelas coisas seriam arte? E que tipo de arte? </span></div><div align="justify"><span style="color:#000000;">O meu cérebro está acostumado a ver as coisas de forma linear, por isso demorou a entender a proposta interativa da exposição. No começo só vi um monte de máquinas e uma parafernália que para mim nada parecia ter a ver com arte.Mas aos poucos fui me inteirando do assunto e pensando bastante sobre a questão que se colocava na exposição, a emoção art.ficial.<br />Minha amiga é do signo de Peixes, elemento água que tem como característica a emoção. Eu, como virginiana, sou racional. Isso faz a nossa relação mais completa. Enquanto que eu só via a parte eletrônica e aquilo para mim em nada se parecia com arte, a minha amiga foi observando a parte que sobressaía das máquinas estabelecendo relações.<br /></span></div><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVUjHwc4iLtqhaWoM-8WBHBAcWbX3dTeu1Gq3lxoE7QQ9sS6AUtUeTEssPWZLaWYqXbPULqf9ddTtnHKWT59ujm_jsh2hoi7fTPJ8RKoPnYqeEHtCrtuzkDGabJc0jiIVrBFMsVfs0z9iu/s1600-h/16.jpg"><span style="color:#000000;"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5347271497972208546" style="WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 225px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVUjHwc4iLtqhaWoM-8WBHBAcWbX3dTeu1Gq3lxoE7QQ9sS6AUtUeTEssPWZLaWYqXbPULqf9ddTtnHKWT59ujm_jsh2hoi7fTPJ8RKoPnYqeEHtCrtuzkDGabJc0jiIVrBFMsVfs0z9iu/s320/16.jpg" border="0" /></span></a></div><div align="justify"><span style="color:#000000;">Tumbling Dream Chambers</span></div><div align="justify"><span style="color:#000000;"><br /></span></div><div align="justify"><span style="color:#000000;">A primeira relação que ela estabeleceu foi com os espelhos. Os quadros redondos da obra Tumbling Dream Chambers lhe pareceu espelhos. A monitora explicou que eram ambientes virtuais. Para mim pareciam céus estrelados. Duas amigas me chamaram para ver uma sala em que podíamos interagir com sons e depois ver e ouvir livros. O professor Ênio nos mostrou as esculturas musicais, feitas a partir da impressão material de uma música. Nesse momento falamos dos espelhos.<br />Procuramos espelhos em tudo. Na arte, no mundo, nos amigos. Seremos narcisistas?<br />Narciso se afogou nas águas em que se mirava. Corremos também esse risco?<br />Foi nesse momento que entendi o que estava fazendo ali, por que convidei minha amiga e por que conversava com colegas de turma e o professor. Se eu estiversse sozinha, sentiria falta dessa interlocução que me fez pensar. Refletiria sobre o que via, mas me sentiria muito só.<br />Ali naquele momento redescobri a importância das relações, as humanas, as afetivas, as que temos com nossos espelhos que nos mostram quem nós somos. E ficou muito mais clara para mim a importância da arte: ela mostra nosso lado mais humano. Ficou claro também que por trás do cérebro eletrônico tem o cérebro humano.<br />Para pensar, deixo aqui as palavras de Leonardo Boff:<br /></span></div><div align="justify"><span style="color:#000000;">"Construímos o mundo a partir de laços afetivos. Esses laços tornam as pessoas e as situações preciosas, portadoras de valor e infinitamente adoráveis.<br />Nenhuma máquina, nenhum computador (nem o mais inteligente) pode fazer isso. Eles não estendem o braço e nos tocam carinhosamente, nem choram com nossos infortúnios.<br />O ser humano, sim, porque ele tem um coração que sente a chaga do coração do outro e sabe compadecer-se dele. " (Fonte: FOLHETO do projeto Revelando São Paulo)</span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4639191615569001109.post-251138122294413802009-06-14T16:19:00.004-03:002009-07-03T19:47:54.230-03:00COMUNICAÇÃO<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3JQM_ciHVc0gE-0hf3toHZXVNql5LRA48gawx32VYWJTL6m0g4sgBtb9tiwvYZeZM53jg3F2MC7ZWZ0f5pVmCdE1adwuFdt-tXdWhviJ4CC9zKUTTDA2YW3pxmFwqr9F6RwHiSJGZi9UN/s1600-r/comunicacao.gif"></a><br /><br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4O6Q4mQ6RCzXsj4Y45_cAnhWi35WxWHGrDZJFahwgRu1_XNhA6ddbnfhlPrMYGq8vJE05XDvlI6R-JCrmEm4jhZ_OQ35nhpDRKO5GGJXI1HfbbGcwGSbHDUKJvFbXZ9IfI-G26uPuTE0H/s1600-h/tira4weweeg9.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5352512150874101602" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 244px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4O6Q4mQ6RCzXsj4Y45_cAnhWi35WxWHGrDZJFahwgRu1_XNhA6ddbnfhlPrMYGq8vJE05XDvlI6R-JCrmEm4jhZ_OQ35nhpDRKO5GGJXI1HfbbGcwGSbHDUKJvFbXZ9IfI-G26uPuTE0H/s400/tira4weweeg9.gif" border="0" /></a><br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4O6Q4mQ6RCzXsj4Y45_cAnhWi35WxWHGrDZJFahwgRu1_XNhA6ddbnfhlPrMYGq8vJE05XDvlI6R-JCrmEm4jhZ_OQ35nhpDRKO5GGJXI1HfbbGcwGSbHDUKJvFbXZ9IfI-G26uPuTE0H/s1600-h/tira4weweeg9.gif"></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />COMUNICAÇÃO<br /><br /><br />(Luis Fernando Veríssimo)<br /><br /><br />É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o nome?<br />"Posso ajudá-lo, cavalheiro?"<br />"Pode. Eu quero um daqueles, daqueles..."<br />"Pois não?""Um... como é mesmo o nome?"<br />"Sim?""Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima."<br />"Sim senhor."<br />"O senhor vai dar risada quando souber."<br />"Sim senhor."<br />"Olha, é pontuda, certo?"<br />"O quê, cavalheiro?"<br />"Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, só que está e mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?"<br />"Infelizmente, cavalheiro..."<br />"Ora, você sabe do que eu estou falando."<br />"Estou me esforçando, mas..."<br />"Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?"<br />"Se o senhor diz, cavalheiro."<br />"Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero."<br />"Sim senhor. Pontudo numa ponta."<br />"Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?"<br />"Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós?"<br />"Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma negação em desenho."<br />"Sinto muito."<br />"Não precisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou um débil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do nome desse raio. Mas fora isso, tudo bem. O desenho não me faz falta. Lido com números. Tenho algum problema com os números mais complicados, claro. O oito, por exemplo. Tenho que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil mental, como você está pensando."<br />"Eu não estou pensando nada, cavalheiro."<br />"Chame o gerente."<br />"Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa que o senhor quer, é feito do quê?"<br />"É de, sei lá. De metal."<br />"Muito bem. De metal. Ela se move?"<br />"Bem... É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos. É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim."<br />"Tem mais de uma peça? Já vem montado?"<br />"É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço."<br />"Francamente..."<br />"Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique, encaixa."<br />"Ah, tem clique. É elétrico."<br />"Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar."<br />"Já sei!"<br />"Ótimo!"<br />"O senhor quer uma antena externa de televisão."<br />"Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo..."<br />"Tentemos por outro lado. Para o que serve?"<br />"Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa."<br />"Certo. Esse instrumentos que o senhor procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfinete de segurança e..."<br />"Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!"<br />"Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!"<br />"É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um... um... Como é mesmo o nome?"...<br />(Fonte: VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comunicação. In: PARA gostar de ler, v.7. 3.ed. São Paulo: Ática, 1982. p. 35-37.) )Unknownnoreply@blogger.com0