domingo, 5 de outubro de 2008

AS PEDRAS




AS PEDRAS

Para o meu querido poeta de cabeceira
Carlos Drummond de Andrade.
Drummond, você tem razão:
tem sempre uma pedra no meio do caminho.




Jamais esquecerei aquele momento
De tamanha perplexidade
No meu caminho para o meio
Havia pedras espalhadas.

Pedras havia de montão
No meio do caminho jogadas.

Como em todo meio de caminho
A gente dá mil tropeçadas
Tropecei naquelas pedras
No meio do caminho jogadas.

Pedras havia de montão
No meio do caminho jogadas.

Não sei se jogaram de propósito
Não sei se lutei em vão
Só sei que com pés machucados
De tanta pedra lascada
Cheguei no meio do caminho
Do meu caminho para o meio
Cada vez com mais pedras jogadas.

(1995)

Nenhum comentário: