domingo, 2 de novembro de 2008

ESCREVER PARA SOBREVIVER



Elenco:
Pat Carroll Patrick Dempsey
Jason Finn Scott Glenn
David Goldsmith Kristin Herrera
Blake Hightower John Benjamin Hickey
Will Morales Anh Tuan Nguyen
Vanetta Smith Imelda Staunton
Hilary Swank Deance Wyatt

Direção: Richard LaGravenese
Produção: Danny DeVito
Michael Shamberg
Stacey Sher
Fotografia: Jim Denault
Trilha Sonora: Mark Isham
RZA

O filme "Escritores da liberdade" (Freedom writer's)mostra uma realidade da educação nos Estados Unidos que nos diz respeito de perto. O filme mostra uma professora idealista que começa a lecionar para uma turma de primeira série de ensino médio em um bairro de Long Beach em que os pobres, negros, hispânicos, refugiados cambojanos, são relegados à marginalidade. Tratados como seres de segunda categoria,a única coisa que conseguem para garantir a sobrevivência é ser membros de gangs e viver em luta para marcar o seu território.
Apenas lutar pela sobreviência é algo que relega as pessoas à condição de animais. Assim, não é surpresa que esses jovens tenham esse tipo de comportamento. A maioria dos alunos dessa história (real) já haviam sido vítimas de crimes, expulsos de casa ou passado em reformatórios.
Discriminados pela escola, o professor do terceiro ano diz que a maioria cairia fora antes do terceiro anos, a diretora afirma que são incapazes e que a professora não poderia fazer nada. A princípio ela tenta seguir o conteúdo tradicional, mas percebe que não atinge aqueles jovens tão sofridos. Uma pergunta crucial de uma aluna a faz mudar a prática: "o que você faz aí na frente que pode mudar a minha vida?"
Ela não se conforma com essa situação, acredita nos jovens, esquece o conteúdo tradicional e propõe que comecem a escrever. Pede-lhes que escrevam o que quiserem e que ela só os lerá se eles assim desejarem.
Ela luta para conseguir livros, já que a escola não a apóia, mostrando que é preciso ampliar o horizonte desses jovens (que têm entre 14 a 17 anos).
O resultado é que ela consegue mudar a vida dos adolescentes para melhor, mostrando a eles que há um mundo maior, que eles podem mudar a sua vida e não ficar apenas no papel de vítimas.
Apesar disso, a professora faz coisas que eu não faria, como arrumar outro emprego para comprar livros para os alunos. Também não acho que só a iniciativa individual vá mudar a educação. Mas é importante o entusiasmo, o idealismo, acreditar nos alunos. Só isso não transforma a educação, mas faz toda a diferença.
Tenho certeza que no Brasil também temos experiências como essa, só que aqui não se transformam em filmes. Por que será? Provavelmente porque não registramos nossas experiências. Não está na hora de começarmos?