quinta-feira, 9 de setembro de 2010

NÃO À PALMADA!






Capa do livro "Palmada já era", à venda na Livraria Cortez











PORQUE SOU CONTRA A PALMADA

Dizia uma pseudomúsica funk:"um tapinha não dói, um tapinha não dói". A vozinha de taquara rachada ficava repetindo isso muitas e muitas vezes.Isso mostra como está arraigada em nossa cultura a violência. As pessoas queixam-se dela, mas estão implantando-a dentro de suas próprias casas.

Imagine a seguinte cena: uma criança de um ano e oito mess que está aprendendo a usar o banheiro de repente faz xixi nas calças e a mãe bate. Ela não tem controle dos esfíncteres, não sabe nem por que está apanhando e a sensação de medo vai ser associada ao fato de ter deixado o xixi escapar, provocando até, talvez, uma espécie de travamento nesse ato.

Quando menina, eu apanhei muito do meu pai. Minha mãe dava uns tapinhas quando estava nervosa, mas não batia muito. Meu pai batia sistematicamente, de forma racional. Na época, ele chegou a mandar benzer uma varinha pra bater na gente e o pior é que o padre benzia!

Eu vivia com medo, tinha tanto medo do meu pai que isso me impedia de amá-lo. As surras vinham sempre, por mais que eu fizesse de tudo para ser boa menina, não havia nada que contentasse meu pai. O resultado disso é que cresci uma pessoa medrosa e revoltada. Isso atrapalhou muito a minha vida.

Hoje defendo que é possível educar sem palmadas, principalmente sem surras e espancamentos, o que só leva a criança a ter uma autoestima baixa e viver com medo.

Sou a favor da lei contra a palmada: quem bate em criança merece a prisão mesmo!

Um comentário:

Patrick disse...

É um ponto de vista, eu sou a favor da palmada, realmente, quem cresce apanhando por tudo provavelmente crescerá medroso(a), quando era criança também apanhava muito, mesmo fazendo tudo certo, porém, acho que um pai deve bater no filho quando ele FAZER ALGO ERRADO, não uma falha que toda criança têm, mas um erro que não deve mais cometer, um exemplo, uma criança xinga um adulto, na minha opinião ela precisa apanhar (com moderação), não ser espancada, mas levar umas palmada de leve pra saber que aquilo é errado, quando eu tiver meus filhos não vou querer bater neles e talvez nem tenha essa coragem, mas acho que seria preciso em alguns momentos, a conversa sem sombra de dúvidas é a melhor maneira de criar um filho, meus pais não conversavam comigo, apenas batiam e eu cresci com um certo limite de atitudes, cresci medroso também (tenho 17 anos), até os 12/13 anos era extremamente medroso de tudo, fui crescendo um pouco mais e graças a Deus mudei, hoje sou um jovem normal sem traumas do passado, tudo têm limite e com certeza bater também, a conversa é a melhor maneira, se não há diálogo dificilmente um jovem crescerá com motivações para ser alguém importante ou ao menos será uma pessoa normal.